ADOÇÃO: Um chamado aos filhos de Deus- Marília dos Santos






Dia após dia tem sido manifesto aos nossos olhos um desinteresse cada vez maior por parte dos jovens em constituir uma família, em tomar o posicionamento de esposo ou esposa e em serem serem pais de futuros filhos. A nossa geração tem sido marcada por um elevado número de jovens ( homens e mulheres) que encaram a maternidade e a paternidade como um atraso para suas vidas, e prova evidente disso é o índice elevado de fuga à paternidade e aderência ao aborto. Independentemente dos mais diversos motivos que levam as mulheres ( sobretudo) a aderirem tal pauta ( um dos fundamentos do movimento feminista) é facto consumado que o aborto é visto por elas como subterfúgio para não lidarem com as responsabilidades de seus atos e uma manifestação exata do desinteresse das mesmas em constituir uma família. 

À parte das mulheres que decidem abortar seus filhos, estão as que decidem esperar até a data do nascimento dos mesmos para então poderem conceder as mesmas à outras famílias, na verdade não há evidência nenhuma de que as crianças dadas à orfanatos serão taxativamente adotadas, pois é facto que nem todas têm a primazia de serem escolhidas e terem a oportunidade de conhecer um outro lar e outras pessoas para lhes serem por pais. E acredito que é ali onde infelizmente nós, Cristãos, não temos atentado. 

Cristãos deviam ser os primeiros a perceberem a glória no processo de adoção, uma vez que nós somos parte desse processo. Nós, melhor que muitos, devemos ser os primeiros a entender a alegria adjacente desse processo, a manifestação de amor contínuo e o exalar da presença de Deus  no mesmo. 
Pensei em algumas razões para levarem Cristãos à abraçarem de todo coração o processo de adoção:

 - FOMOS SEMELHANTEMENTE ADOPTADOS POR DEUS ( Gl 4:5-7/ JOÃO 1:12):

Pela morte e ressurreição de Cristo é o ápice de nossa história. Por meio delas foram desfeitas todas as barreiras que outrora existiam no nosso relacionamento com Deus, e melhor que desfazer barreiras, foi ter o direito de ser tido como filho, assim como é Filho CRISTO. 
O chamado é claro, viver uma vida que manifeste à Deus em todo nosso proceder, e a adoção é semelhantemente uma das formas de manifestá- Lo. Nesse processo, tomamos por filhos crianças pertencentes à outras mães e outros pais, muitas dessas renegadas, machucadas e sem esperança como um dia já estivemos, e tornamos elas nossas, manifestando continuamente o amor tal e qual Deus de contínuo manifesta em nossas vidas. 

- A SOCIEDADE TEM SIDO INVADIDA POR UMA INVERSÃO DE VALORES ( ROM 12:2/ MT 24:12)

Atualmente, a sociedade tem sido marcada por um engajamento enorme em procurar viver de forma contrária à vontade do Senhor, descrita em Sua Palavra. Inúmeros são os movimentos que têm por fim erradicar por completo os princípios conservadores estabelecidos por Deus, dentre estes, a constituição da família. 
Para tais movimentos, a dedicação à família é um facto ultrapassado e que não se enquadra na sociedade actual, e não tem deixado brechas para aqueles que como um remanescente, ainda têm procurado manter-se nessa visão. Uma das formas da manifestação desses movimentos na erradicação da família é o apoio à relações entre pessoas do mesmo gênero, denominado pela Palavra como Homossexualismo, o que torna a fecundação e posterior procriação impossível, ferindo assim um dos mandamentos do Senhor aos Seus filhos ( Gn 1:22).
Além disso, tem sido bem visível a falta de amor pelas crianças por parte de muitos adultos, através da violência, sexual sobretudo, abusos, falta de cuidado, infanticídio, tráfico de menores para serem dados à prostituição ou à casamento com adultos ( pedofilia), e ainda que disfarçado como uma forma de amor, há sobretudo a implementação da ideologia de gênero na mente das mesmas. Ao agir de tal modo, confirmam-se as Palavras do nosso Salvador em Mt 24:12.

- UM CHAMADO À MATERNIDADE (1 TIM 5:14)

É do agrado do Senhor que tenhamos filhos e que principalmente lhes sejamos por pais. A sociedade moderna alega que a procriação é um caminho para escravidão, que devemos primeira e se possível unicamente buscar atingir outras metas visando a emancipação feminina e deixando de parte a constituição da família. Para ela, os filhos são vistos como um empecilho para que mulheres sejam verdadeiramente livres, que eles, além de roubarem o seu tempo precioso, as envelhecem e as dominam. Esse tipo de visão tem sido difundida e rapidamente aderida pela maioria das mulheres, pois como muitas outras, é uma promessa de salvação mas o que infelizmente muitas não sabem é que conduz-nos cegamente à escravidão. 
Estudos apontam que grande parte das mulheres que adotam tal visão, envelhecem tal e qual as que preferiram ter filhos, têm os seus seios caídos tal e qual as que preferiram ter filhos, e se cansam tal e qual as que preferiram ter filhos... Porém, diferente das que preferiram ter filhos, elas chegam à um momento de solidão que as conduz à frustração,inúmeras são as que à posterior se arrependeram por terem abortado suas crianças por causa dessa falsa promessa, inúmeras são as que à posterior se arrependeram por terem preferido as benesses da vida desprovida de responsabilidade. 
A maternidade é um chamado divino, foi ordenado por Deus, é tão lindo e tão provido de amor, que Ele mesmo quis e experimentou o processo ( Is 7:14)

- UM CONSOLO PARA ESTÉREIS 

É um facto que infelizmente nem todas as mulheres serão agraciadas pela maternidade a partir do fruto do próprio ventre, mas devem parar por aí? 
Será que o Senhor limitaria a maternidade à mulheres que têm a capacidade de gerar filhos e deixaria de parte as outras?
A adoção seria a manifestação do não esquecimento de Deus à essas mulheres. É uma oportunidade que as mesmas têm para amar, cuidar e proteger aqueles que foram negados e abandonados. Infelizmente, inclusive no seio da igreja, essas mulheres são deixadas de parte, são afastadas e menosprezadas, mas há tantas mulheres munidas de amor e sem a oportunidade de terem filhos e tantas mulheres com ventres abençoados mas sem amor algum pelo fruto dos mesmos, chegando inclusive a abandonar e matar se possível estes, convém que limitemos a maternidade pela conceção ? De modo algum!


PRISCILA E ÁQUILA: O Chamado à Adoção .

Uma das maiores bênçãos concedidas no ano passado à mim, foi a oportunidade de conhecer a narrativa de Policarpo de Esmirna. Um homem, conhecido como discípulo de João, dado à proclamação do Santo Evangelho e verdadeiramente um SERVO NO SENHOR, à posterior, Mártir Cristão. Nesta narrativa tive também a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o casal Áquila e Priscila, citados nas  Escrituras por Lucas ( Atos 18). Ambos servos do Senhor, Áquila dado à feitura de tendas e Priscila conhecida por sua hospitalidade. 
Citam as Escrituras o comprometimento dos mesmos com o Evangelho, sendo eles fonte de ensino para Apolo ( Atos 18:26).
Chamou-me a atenção o facto de cederem sua residência para se reunirem como igreja, e para albergarem alguns irmãos. Mas chamou-me mais atenção o que Priscila fazia com o consentimento de Seu esposo. A mesma comprava crianças vendidas para serem escravas, na narrativa conheci pelo menos 3. As crianças achavam que seriam verdadeiramente escravas, quando aquela mulher fazia o contrário, adoptava e as tinha por filhos, cuidava, amava e se doava à elas. E fazia tudo isso tendo por fim a enraização do evangelho na mente e no coração das mesmas. Uma das provas evidentes é que as crianças foram à posterior martirizadas pelo Evangelho, quando crescidas. O comprometimento daquele casal foi tão profundo e tão visível na vida daquelas crianças que elas seguiram o mesmo caminho e encontraram o Senhor que Seus pais serviam.

Esse é o verdadeiro entendimento de Adoção .É levar as crianças aos braços do verdadeiro Pai, à saber, o Soberano Jeová. Sejam elas fruto do nosso ventre ou não é tudo uma questão temporária, filhos não são nossos, são emprestados à nós por pouco período de tempo, para que tal como Deus experimentemos a dádiva de sermos pais. 
Filhos não são nossos, são herança do Senhor, sejam eles frutos do nosso ventre ou não ( Salmo 127:3).

Sejamos sensíveis à voz do Senhor diante desse chamado...
Graça e paz 

Marília dos Santos. 



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